Decisão dos petistas vai contra Dilma e contra os ex-presidentes Sarney e Collor, que querem manter o projeto original
A bancada do PT no Senado decidiu, ontem, manifestar publicamente apoio ao projeto que prevê o fim do sigilo eterno de documentos oficiais. O texto, modificado pela Câmara dos Deputados no ano passado, prevê 50 anos como prazo máximo de sigilo para papéis do governo classificados como ultrassecretos.
A decisão dos senadores petistas é divergente do que defendem os senadores e ex-presidentes da República José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL) e também do que sinalizou o Palácio do Planalto na última segunda-feira, quando afirmou que "o governo Dilma sempre apoiou o projeto enviado pelo ex-presidente Lula", que prevê a possibilidade de renovação indefinida do sigilo para os documentos classificados como ultrassecretos.
Em nome da bancada do PT, o líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE), fez, ontem, um discurso em favor do fim do sigilo eterno.
Críticas da OAB
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, criticou, ontem, a desistência da presidente em dar prioridade para a votação do projeto.
"Lamento que o recuo de Dilma esteja ocorrendo em razão de pressões pessoais por parte dos ex-presidentes da República José Sarney e Fernando Collor de Melo, que não querem revelar documentos secretos de seus mandatos. Não se sabe porque eles não querem divulgar os arquivos e o que estão a esconder. No entanto, interesses particulares não podem se sobrepor à vontade da sociedade, que é de divulgação completa da história", afirmou.
Marcos Morais- marcosmoraisdopt@hotmail.com
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